Difícil...no mínimo isso...
Tudo começa com uma intimação do Poder Judiciário, onde somos convocados ( obrigados ) a sermos jurados de casos que vão à júri popular na comarca. Pouquíssimos motivos são deferidos para não precisarmos comparecer: ter mudado para outra cidade ou estar doente...demais situações são analisadas na hora pelo Juíz que pode ou não nos dispensar.
Em seguida, são sorteados 7 jurados que automaticamente sobem para o plenário para compor o Conselho de Sentença. À partir daí, nos tornamos incomunicáveis.
Eu acho que meu nome fica grudado na porta de entrada das cédulas de sorteio porque de dois julgamentos que compareci, fui sorteada em ambos!
O primeiro caso, o réu foi julgado à revelia, matou a vizinha, o namorado dela e tentou matar até o cachorro, está foragido e o sentenciamos há mais de 23 anos de reclusão em regime fechado. Na platéia, o solitário irmão de uma das vítimas...
Muito pesado ver as fotos da perícia de como os corpos foram encontrados! Muito triste, muito ruim!
O Caso de ontem foi de um atropelamento, onde um vizinho atropelou a vizinha e ambos depuseram. Um alega que o outro importuna porque que ter um caso amoroso e vice-versa. Não dava para julgar quem estava certo, porque duas testemunhas chave, morreram antes do julgamento. Julgamos então a materialização do crime que foi o atropelamento. Depois que o juiz conversa com o réu, a promotora começa a falar, depois o Advogado de Defesa. Em seguida, a gente dá uma pausa, ficamos em salinha secreta, "guardados" por dois oficiais de justiça. Onde podemos falar sobre qualquer assunto, menos sobre o processo daquele momento.
Após as réplicas e tréplicas, o Juíz pergunta se estamos prontos para julgarmos e aí vai todo mundo para a sala secreta: Nós, Juíz, advogado e promotor. Sentamos em uma mesa, só nós os jurados e o juiz e ele faz algumas perguntas onde votamos SIM ou NÃO através de cédulas que são distribuídas pelos Oficiais de justiça e conforme o juiz pergunta, a gente deposita a cédula correspondente a nossa resposta dentro de um saquinho e o juiz conta e anota no questionário. Depois, ele se retira para redigir a sentença e aí somos chamados para voltar ao plenário, todos ficam de pé e ele lê a sentença para o réu. No caso de ontem, o réu pegou 12 anos mas, como tinha alguns atenuantes, pegou pouco mais de 4 anos em regime aberto.
Enfim, é isso....muito cansativo e extremamente difícil...
Imagem abaixo, fotinha discreta da minha cadeirinha de jurada!!! rsrsrs