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segunda-feira, 22 de setembro de 2014

48º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial 2014



Ao contrário do que muita gente pensa, ir a um Congresso passa longe de qualquer ‘Glamour’. São dias intensos de aulas, uma atrás da outra, correria para uma vaga nas aulas extras, fila para comer,dificuldade para encontrar lugar nas salas, enfim, somado a tudo isso, vem a saudade da família, do arroz com feijão e da nossa caminha. No máximo, é possível juntar as folgas e antecipar a viagem e/ou estendê-la para conseguir aproveitar um dia de sol , visitar os parentes - como no meu caso - e almoçar na Confeitaria Colombo.


O Congresso deste ano, que foi na cidade maravilhosa, achei o espaço Sul América excelente! Espaçoso, confortável e de fácil acesso.

Gostei muito das aulas que assisti e do acesso as novas tecnologias, como o equipamento de Hematologia que não usa reagentes, de um equipamento que identifica o patógeno em uma crise de infecção intestinal em 1 hora no pronto socorro, outro que basta assoprarmos um tubo e por um processo de biologia molecular, é capaz de nos dizer em duas horas se estamos com câncer de mama ou até mesmo tuberculose. E por ultimo e mais surpreendente de todos, a tecnologia da Theranos, onde com apenas uma gota de sangue é possível a realização de uma bateria de exames a preços populares.

Coisas simples como o coeficiente de variação de uma análise de urina tipo I manual e automatizada que difere em até 50% !! fiquei surpresa e chocada, isso significa que ao analisarmos uma urina por estes métodos, a diferença de resultado pode ser de até 50% evidenciando é claro que a automatização é muito mais fiel que nossos cansados olhos de analistas.

Na Gestão de compras , programas fabulosos que nos permitem monitorar desde a temperatura quando o insumo sai da fábrica à produtos próximos do vencimento que nos emitem um alerta , tecnologias essa que já existe no país, porém, ainda extremamente cara.



Quero dizer que sou muita grata a Deus pelos dois Ipad que ganhei e pelos prêmios que meus amigos conquistaram também. Por fim, agradeço a equipe que viajou comigo, levando dois trabalhos incríveis que foram apresentados, ter estado com vocês foi uma experiência maravilhosa e fica aqui, meu muito obrigada!




Segue baixo, nossos resumos dos trabalhos: Utilização da capabilidade e seu índice nos processos sob controle da métrica seis sigma como ferramenta estratégica e de gerenciamento. autores:Rodrigues, L.; Salomão, D. F.; Veludo, A. G.; Bezerra, F. R.; Assis, J. M. L. Objetivo: Empregar a capabilidade (Cp e Cpk) em nossos controles de qualidade na seção de bioquímica clínica (Modular – Roche) e marcadores cardíacos (Cobas E411 – Roche), como forma de contribuir perifericamente na marcha de monitorização e gerenciamento da métrica Sigma e do que é desenvolvido atualmente em nosso laboratório, onde lançamos a necessidade deste estudo que contribuirá em nosso progresso e visão crítica de nossas práticas de Controle de Qualidade Interno (CQI) e Externo (CQE). Casuística e métodos: Reunimos os dados obtidos do nosso CQI e CQE no período de 6 meses. Posteriormente realizamos análises de todos os nossos dados dentro do período estabelecido e avaliamos o Cp e Cpk conjuntamente com a evolução da métrica sigma. Resultados e conclusões: Ao analisarmos os dados observamos que alguns analitos possuem valores de Sigma excelentes, porém o Cp e Cpk não assumem tal comportamento. Sabemos que quanto melhor o Sigma menor serão os erros, já quando analisamos pela ótica da capacidade do processo (Cp e Cpk), os valores de Sigma não influenciam para termos um bom Cp e Cpk, ou seja, estas métricas não são diretamente proporcionais, e o objetivo de sua utilização está inerente às suas particularidades. O resultado obtido a partir do método adotado mostrou que as características avaliadas no processo indicado apresentam baixa variação no que tange aos limites de especificação, entretanto a distribuição não está centrada entre os limites de especificação, necessitando que seja realizado um acompanhamento sistemático, com o propósito de melhorar o controle de qualidade com as regras de westgard empregados. Referência: Lourenço Filho, R. C. B. Controle Estatístico de Qualidade. Livros Técnicos e Científicos. Rio de Janeiro, 1976. Comparabilidade da creatinina pelo método de eletrodo seletivo e Jaffé, utilizando o coeficiente de correlação por regressão linear e erro total analítico. Autores:Rodrigues, L.; Salomão, D. F.; Veludo, A. G.; Bezerra, F. R.; Assis, J. M. L. Objetivo: avaliar a dosagem de creatinina realizada em nosso laboratório por duas metodologias distintas: eletrodo seletivo (Gasometria ABL800/Radiometer) e pelo método de creatinina Jaffé. Casuística e métodos: Iniciamos o nosso estudo através da comparabilidade analítica de suas equivalências, onde utilizamos 21 amostras de soro livres de hemólise, lipemia ou icterícia, e que foram dosadas sequencialmente nas duas metodologias. Os resultados destas análises foram equiparados e utilizamos o software EP Evaluator® como ferramenta comparativa dos dados. Resultado e Conclusão: O estudo mostrou que as duas metodologias apresentaram resultados excelentes, onde o coeficiente de correlação linear calculado foi de 0,9979 com equação da reta y = 1,0547x + 0,0075. O Erro Total analítico permitido foi de 7,7; obtido da variação biológica e o erro total alcançado e estimado pelo software EP Evaluator® foi de 0,074. Estes dados indicam uma forte correlação positiva com forte poder de explicação do modelo. Concluímos que ambas as metodologias empregadas em nossa rotina são equivalentes analiticamente, contribuindo com resultados rápidos dentro de um perfil de valores metabólitos realizado em um equipamento de gasometria (ABL800). Referências Bibliográficas: Werkema, M. C. C. e Aguiar, S. Análise de Regressão: como entender o relacionamento entre as variáveis deum processo. Fundação Cristiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG. Belo Horizonte, 1996; Prado-Malucelli, Silvia Regina; Picheth, Geraldo; Scartezini, Marileia; Alcântara, Vânia Manfredini. Estudo comparativo entre as metodologias enzimática e picrato alcalino cinético na determinação da creatinina 28(4):166-170, 1996.