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quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um dia como Jurada em um Tribunal

Fui convocada e sorteada ontem para fazer parte da comissão de sentença em um tribunal.
Nunca imaginei que sentaria naquela cadeira um dia ( bom ,melhor que ser a do réu né?!) mas, a sensação de sentar naquele lugar, ser uma das 7 pessoas que decidirão a vida de outra ,é algo indescritível! Um monte de sensações ao mesmo tempo tomam conta de nosso ser,nossa mente fica em estado de alerta e nossa adrenalina vai à pico!
Dá medo, insegurança,empatia,tudo ao mesmo tempo...
Julgamos um caso típico de familia desestruturada: Padrasto chega embriagado, começa a discutir com o enteado que estava jogando truco com um grupo de amigos,mandando que eles parassem o jogo. E enteado que já estava cansado desde a infância por maus tratos, explode toda sua ira em cima do padrasto e no calor da discussão pega uma faca e dá-lhe uma facada. Teve chance de matar seu algoz mas, não o fez...correu, apovorado com a atitude impensada... Culpado ou inocente?
Depois que ambos foram ouvidos a Promotora pediu que nós o culpassemos mas, não o qualificássemos, pediu que fosse condenado por lesão grave pois,teve chance de matar e não o fez. Já o advogado de defesa pediu que o absolvessemos pois, agiu em legítima defesa,uma vez que estava sendo agredido pelo padrasto. (Difícil né?)
Após os defensores falarem, fomos para uma sala reservada e um oficial de justiça fica o tempo todo conosco pois,não podemos em hipótese alguma, fazer comentários sobre o caso. Lá, conversamos sobre banalidades, serviram uns biscoitos com suco,chá e café. Por fim, a juíza,o advogado e a promotora entram na sala e sentam-se conosco.Lá, a juíza explicou cada pergunta que faria e dois oficiais de justiça nos davam duas cédulas com SIM e NÂO. E a cada pergunta que ela fazia,eles passavam as cédulas e nós depositavámos nossos votos dentro de uma urna.Em seguida,era aberta e contado os votos pela juíza.
A maioria votou que ele não teve intenção de matar mas, que era culpado.
Depois disso, a gente volta para a sala do tribunal, onde a juíza dá a sentença.
Neste caso, o réu foi condenado a cumprir o processo em liberdade condicional por 2 anos, ficará livre mas, com todas aquelas restrições que já sabemos.
A audiência começou às 14h e e até que foi rápida, saímos de lá , às 17h40.
Ufa!!! que difícil! somos nós que literalmente decidimos! Peço à Deus que me dê o discernimento para julgar corretamente os casos que virão pela frente pois, tenho que ír mais 5 vezes neste mês!! será que serei sorteada de novo?! aiii, que medo!

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