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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Busca por Biomédicos para trabalhar na África do Sul!


Aos meus colegas da área, dedico esta reportagem com a ilustríssima profa.Dra.Maria Regina ( foto ) referência BioMédica em Hematologia e Hemoterapia, uma profissional que nos faz ter orgulho da nossa profissão.
Há uma busca imensa por Biomédicos em Moçambique por exemplo, onde existem investimentos excelentes em equipamentos para análise porém, sem quem os execute. Considero uma oportunidade imperdível para àqueles que querem vivenciar uma experiência fora do país, penso que além de ensinar muito, com certeza, o aprendizado será ainda maior. Segue abaixo o texto e vocês entenderão.


"Trabalhar em um grande centro de pesquisas dos Estados Unidos ou da Europa é o sonho de muitos biomédicos brasileiros. Só que, enquanto visam um objetivo distante e muito difícil de ser alcançado, os profissionais podem estar perdendo oportunidades interessantes e bem mais próximas. “O biomédico não tem que olhar só para o que é grande, mas para o que tem potencial futuro, porque lá você acaba aprendendo muito também”, garante a biomédica Maria Regina Andrade de Azevedo, que acrescenta: “Moçambique é hoje um alvo importante para o biomédico”.
A afirmação pode parecer estranha, já que se refere a um país africano que ocupa o quinto lugar entre os mais pobres do mundo, levando-se em conta o ranking de desenvolvimento humano da Organização das Nações Unidas (ONU). Afinal, 60% da população ganha menos de US$ 10 por mês. Para o biomédico interessado num novo campo, porém, as portas estão abertas, já que, com a ajuda de organismos internacionais, o país está reestruturando o atendimento na área de saúde e precisa de profissionais com conhecimentos dos quais os moçambicanos são muito carentes.
A carência começa pelo fato de que até hoje Moçambique não tem um curso de nível superior na área de Biomedicina. Este curso deve ser implantado no ano que vem, como resultado da visita de Maria Regina ao país africano, realizada em setembro. A profissional é candidata a monitorar o curso e, para isso, terá de escolher profissionais que possam “formar formadores”, na sua definição.
A visita da biomédica Maria Regina a Moçambique foi patrocinada pelo CDC (iniciais em inglês para Centro de Controle de Doenças, de Atlanta, EUA), órgão que supervisiona e disponibiliza recursos para o Programa de Controle de Aids no país africano. O convite foi formulado pelo médico hemoterapeuta Orlando da Costa Ferreira, do Hospital Israelita Albert Einstein, que já conhecia a profissional, professora especialista em Banco de Sangue e Hemoterapia há muitos anos.
A necessidade de melhorias na área de banco de sangue em Moçambique é gritante. O país de 17 milhões de habitantes tem 90% de sua população infectada pela malária e 13% pela Aids. Sífilis e hepatite também estão presentes em alto índice. A estimativa é de que haja 500 novos casos de Aids por dia e um dos aspectos visados pelo CDC é o de segurança transfusional. E o primeiro requisito nesse caso é de que haja pessoal qualificado. “Não adianta só ter verba e equipamento, se não há quem possa utilizá-lo”, explica Maria Regina, lembrando que só há 500 médicos no país.
Várias ações – O programa do CDC previa a criação de um curso de nível médio e a verificação da necessidade de instalação de um curso de nível superior. Regina viajou em setembro e ficou dez dias em Maputo, onde visitou o Ministério da Saúde, que tem o principal banco de sangue do país, e o Hospital Central de Maputo, ligado ao Instituto Superior de Ciência da Saúde. A professora então deu um formato ao curso de nível médio: aproveitando a existência do pessoal técnico de laboratório já existente, preparou o curso de um ano para que eles se especializem em Hemoterapia.
Paralelamente a isso, em contato com o pessoal acadêmico do Instituto, recebeu o alerta da necessidade de um curso de nível superior, já que só existem dois profissionais no país com formação equivalente ao biomédico brasileiro: um formado na África do Sul e outro na Itália. O curso recebeu o nome de licenciatura em Tecnologia Biomédica, com habilitação em várias áreas, inclusive Hemoterapia. O Brasil tem um padrão internacional em termos de banco de sangue e nos últimos anos houve um crescimento nessa área”, explica Regina. “Por isso servimos de modelo para países como Moçambique.” A professora constatou ainda que os moçambicanos não são totalmente isentos de tecnologia. “Por exemplo, eles têm equipamento para fazer PCR para HIV, mas quem é que vai utilizá-lo?”



República de Moçambique
Localização: costa leste da África, em frente à ilha de Madagascar
Área: 799.390km²
Clima: tropical
Capital: Maputo (989.386 habitantes)
População: 17.242.240 (2000)
Língua: português e dialetos regionais
Religiões: tradicional africana (50,4%), cristianismo (38,4%), islamismo (10,5%)
Governo: república, com forma mista de governo e sistema multipartidário
Presidente: Joaquim Alberto Chissano (desde 1986, reeleito duas vezes)
Moeda: metical (MT)
PIB per capita: US$ 236,90 (1998)
História: descoberto em 1498 por Vasco da Gama, Moçambique tornou-se independente em 1975 e permaneceu em guerra civil até 1992, quando os dois grupos rivais, Renamo e Frelimo, entraram em acordo e instauraram a democracia. Começou então a reconstrução nacional, com o apoio de programas de ajuda internacionais.

Carreira voltada à Hemoterapia

A Dra.Maria Regina Andrade de Azevedo trabalha na área de Banco de Sangue e Hemoterapia há mais de 20 anos e acompanhou o crescimento e o desenvolvimento dos bancos de sangue no Brasil em decorrência do aparecimento da Aids. Formada em 1982 na Universidade de Santo Amaro (Unisa), fez mestrado e doutorado em Análises Clínicas, sempre na área de Hematologia e Hemoterapia.
A profissional iniciou a carreira trabalhando em laboratório do Inamps, mas começou a lecionar em 1984 e nunca mais parou. Hoje, é professora titular de Hematologia e Hemoterapia da Unisa, do UniFMU e da Universidade Bandeirante (Uniban). Coordena ainda o mestrado em Análises Clínicas aprovado pela Capes na Unisa. Sua experiência profissional se ampliou a partir de 1991, quando teve, durante 11 anos, um laboratório de médio porte que prestava serviços para bancos de sangue. Em 2002, deixou o laboratório por questões acadêmicas, mas ainda mantém contato científico. Atualmente, Maria Regina é ainda vice-presidente da Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM), atuando na área acadêmica e científica. Foi nessa função que ela coordenou a área de Análises Clínicas no IX Congresso Brasileiro de Biomedicina, realizado em abril deste ano em São Paulo. “As palestras foram muito boas, de qualidade, e o fato de o Congresso ter sido em São Paulo impulsionou a questão científica em relação à Biomedicina”, avalia a professora, também integrante do Conselho Científico da Associação Paulista de Biomedicina (APBM).
Maria Regina acredita que a ampla gama de habilitações que foi discutida mostra a força da profissão. “A Biomedicina está se infiltrando em vários campos e a promessa de mercado para o biomédico é contínua, especialmente para quem vai se especializando, fazendo estágios, cursos etc.” Em seguida, a professora participou como palestrante do 1º Congresso Alagoano de Biomedicina."

Fonte:Revista do Biomédico, nº62

Parabéns por seu trabalho doutora!!!! já à admirava pelo seu livro ( Hematologia -Fisiopatologia e estudo laboratorial, ed LUANA: http://www.livrarialuana.com.br), onde aprendi muito e de forma bem objetiva esta complexidade que é a área de hematologia.
Só senti falta nesta reportagem de um endereço eletrônico ou telefone para os interessados em candidatarem-se a oportunidade de irem trabalhar na África do Sul, poderem entrar em contato.

Abraços,
Fábia

8 comentários:

Anônimo disse...

Olá Fábia!
Gostei muito da matéria que escreveu! Meu nome é Renata e sou formada em biomedicina. Tenho muita vontade de trabalhar no exterior!
Se pudesse gostaria de um site com vagas para biomédicos! Aqui no Brasil não há muitas vagas para biomédicos!

Abraços,
Renata
renatatbrum@gmail.com

Gey disse...

Apesar de ler esta publicação a meses depois, ela pode afirmar aquilo que já tinha em mente, sou técnica de enfermagem formada e estudante de biomedicina atualmente, e antes de iniciar a graduação eu fiquei em duvida em fazer ingles na africa do sul aliá-lo a trabalhos voluntário por lá, mas amigos e familiares acham doidera pela polemitizaçao que fazem aqui a respeito do nosso continente irmão...aí eis que surgiu minha bolsa de graduação então adiei meus planos por enquanto hoje qlq àrea da saude de faz necessario o conhecimento em ingles, e a fluencia é o foco, eu sempre pensei em ir pra africa do sul e com este depoimento minha motivação se fortalece...abçs

Unknown disse...

Você tem algo recente sobre biomédicos para trabalharem na áfrica.

Fábia Yves disse...

Olá amigos, o mercado está um pouco fechado no momento na África do Sul, entretanto, a procura por biomédicos nos EUA vem aumentando muito. Procurem ler a respeito. Fiquei sabendo que lá, estão até oferecendo maior remuneração para o pessoal de laboratório não se aposentar, devido a falta de profissionais técnicos nos laboratórios.

MARCUS TONDATO disse...

Olá Fábia.
Meu nome é Mariah, sou formada em Biomedicina e gostaria que me informasse a respeito de trabalhar no exterior. Como acessei seu blog hoje, tenho visto que algumas dificuldades são encontradas, mas peço que me auxilie. Obrigada

Fábia Yves disse...

Olá Mariah,
Se sua intenção é validar seu diploma nos EUA, o primeiro passo é ter diploma de proficiência em inglês. À partir daí, fica menos difícil. O caminho das pedras é fazer um CV em inglês e mandar para os laboratórios de lá.
E boa sorte!!!

Anônimo disse...

Olá gostei de sua matéria, estou concluindo este período meu curso de Biomedicina, e se estiverem ainda precisando, fala comigo pelo email: priscila.osminda@yahoo.com

Fábia Yves disse...

Olá Priscila,

Uma dica é cadastro no linkedin, muitas empresas estão contratando por lá.

Abs e boa sorte!