"Ah, como a gente tem que ser humilde para amar!
Como a gente tem que acolher as dúvidas, as incertezas que nos transpassam e aceitar que nossas verdades, vez ou outra, vão levar rasteiras, vão ir por água abaixo.Se a gente não se deixa desestruturar, se a gente não sede, até ao que é grande e certo dentro da gente, a gente não dança com a energia do amor.
Ah, como a gente tem que passar dos nossos limites tão minuciosamente estabelecidos, dizer não, sair de perto, ficar só por um longo tempo, meditar, encarar nossas sombras e voltarmos para o mundo mais serenos, menos vitimados e vaidosos.Evoluir cansa. Mas o amor precisa disso.
E mesmo com tantos beijos e rasteiras, com tantos desencontros, reencontros, nascimentos e mortes, a gente precisa ter a doçura da maturidade para manter o coração sempre aberto para mais. Porque assim é a vida.
O amor parece estar neste mundo há muito mais tempo do que nós homo racionales sapiens.
As árvores nos ensinam a amar. Um lagarto estirado no quintal nos ensina a amar. A chuva, que cai com cheiro de terra úmida trazendo cores de outros rios, nos ensina sobre amar. Sobre a inconstância das nuvens, sobre a flexibilidade das almas. Sobre as surpresas inesperadas e as transformações constantes…
Sobre o desencanto das aparências para o reconhecimento de uma essência comum.
Ah! Como a gente tem que ser humilde para receber o amor. Perceber que de nada temos controle. mas podemos ter muita vontade de amar, de crescer, de viver, de respirar profundamente as nossas possibilidades de sentir.
A gente pode pegar uma caneta e tentar escrever a própria história, mas que as janelas e portas fiquem abertas para que a gente não se esqueça da força das marés e dos ventos e das surpresas e mistérios que nos invadem.
Muito mais que amar alguém ou algo, é amar a vida, e a vida é isso."
Texto do Site: O Segredo
https://osegredo.com.br/2018/02/humildade-de-amar-e-deixar-as-verdades-irem-por-agua-abaixo/
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