Vamos desmistificar sobre Segurança do Paciente?
Por Fábia Bezerra - Biomédica
Quando se fala em Segurança do Paciente, já nos vem uma
lista de regras a serem cumpridas. Mas, vocês estão realmente cientes da
importância de cada uma delas?
Só para vocês terem uma ideia, a chance de alguém sofrer
algum dano dentro de uma viagem de avião, é 1 em 1 Milhão, já em uma
Instituição de Saúde, essa probabilidade vai de 1 em cada 300 pacientes, sim,
eu disse 1 em 300, onde a pessoa pode desde receber uma medicação errada à ter
uma perna amputada por um simples detalhe: falta de atenção ao paciente. E as
estatísticas não param por aí, existem dados recentes onde indicam que os danos
a pacientes são a 14º maior causa de morbidade e mortalidade no mundo, sendo
comparadas inclusive aos índices de casos de tuberculose e malária.
Eu não gostaria de ter alguém que estimo dentro de uma estatística dessas e você?
Então, está mais que na hora de redobrarmos nossa atenção
quando formos atender o amor de alguém, eles não são números de leitos, são
pessoas que estão sendo aguardadas por sua família, são seres humanos que
depositam ali, em suas mãos, sua vida, sua confiança e esperança.
Atualmente, com toda essa tecnologia de identificações,
prontuários eletrônicos e etc, ainda temos um índice de danos de 1 a cada 10 pacientes nos
hospitais. O impacto de um simples comprimido para pressão alta para quem tem
pressão baixa ou, uma cirurgia de tumor cerebral em um paciente que não tem
tumor, mas o mesmo nome do paciente do leito ao lado – que é quem deveria ser
operado, causam danos irreparáveis na vida daquela pessoa. Chega a ser uma
crueldade com quem está ali para receber cuidados e é literalmente mal cuidado.
Investimentos em treinamentos e reciclagens para evitarmos e
reduzirmos a ocorrência de incidentes de segurança do paciente podem gerar uma
economia significativa , além de melhores resultados para os pacientes.
Portanto, não pensem que é caro custear treinamentos para a equipe, caro ficará,
ter que responder judicialmente por um dano.
E por onde começa a segurança do paciente?
No Atendimento Primário! Como está o acesso dos seus
pacientes? Eles conseguem receber atendimento primário em tempo hábil? Existe
um cuidado realmente eficaz que evita internações ou reinternações sem real
necessidade?
Feche o ciclo dos resultados dos exames: Sua equipe tem controle dos resultados
urgentes e se estes são analisados com prioridade? Os resultados são
transmitidos de maneira clara e linguagem de fácil entendimento?
Se houver falha na segurança, como é trabalhado o incentivo
de comunicação de erros a Gestão? a equipe se sente segura para falar? A
cultura é justa, focada em melhorias de
processos ou na culpa individual?
Reflitam sobre todas estas questões e tracem suas metas.
Escutem suas equipes, a experiências deles e suas
perspectivas podem agregar muito a instituição. É um tipo de recurso valioso
para ajudar na identificação de oportunidades de melhoria, avaliar progressos e resultados.
A comunicação efetiva é uma das principais ferramentas que
dispomos para assegurar um atendimento com excelência para garantir a segurança
do paciente em todas as suas fases.
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