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sábado, 12 de outubro de 2019

Panapaná - Queridas Borboletas

Panapaná é o significado na lingua Tupi de um coletivo de borboletas e estas, representam um projeto com o mesmo nome onde a ideia é fazer um filme sobre pessoas que se auto mutilam. A intenção não é expor estes aflitos e sim, incentivá-los  a desenharem uma borboleta no corpo toda vez que sentir vontade de se  auto mutilar, colocar o nome de alguém que goste e não apagar o desenho, caso contrário, sua borboleta morre.
Achei a iniciativa fantástica e quem puder ajudar o projeto, será muito bem-vindo!
Mas, a pergunta que não quer calar: Por que as pessoas se auto mutilam? para chamar atenção? 
Vamos entender:

AUTOMUTILAÇÃO É UMA DOENÇA?

Automutilação provém de alguma desregulação emocional, ou seja, não é considerada uma doença, mas sim um produto de algum outro transtorno e síndrome mental.
Segundo estudos, 20% das pessoas usam da automutilação em situações únicas, isoladas e esporádicas, sem repetir esse comportamento. O que é considerado uma resposta a um sofrimento momentâneo e não a um transtorno em si. Já 80% dos indivíduos que se automutilam, apresentam outros sintomas de desregulação afetiva, como a depressão, a esquizofrenia e transtornos de personalidade, em especial, a bipolaridade.

POR QUE AS PESSOAS SE CORTAM?

Se não é para chamar atenção, o que seria? Especialistas, como psicólogos e psiquiatras, afirmam que pessoas que se arranham ou cortam os pulsos, ou outras partes do corpo, buscam uma forma de lidar com seus problemas e suas frustrações, já que a dor física lhe proporciona um novo foco que não é mais a dor emocional. Elas possuem baixa autoestima e têm dificuldades de se manifestar verbalmente.
Após o ato, é comum vir as emoções relacionadas a culpa, arrependimento e vergonha por ter cometido a ação, mas não é raro que isso volte a se repetir, afinal, a ideia de amenizar o sofrimento emocional pode ter sido alcançada com a dor física.
Entre os fatores mais comuns para a pessoa se automutilar estão a impulsividade e a sua energia psicológica, ou seja, a sua agitação emocional. Além disso, como falamos, há transtornos mentais que podem estar associados a essa conduta, e isso ocorre, principalmente, em pessoas com transtorno de personalidade bipolar do humor.
Veja a lista abaixo que resume algumas dessas motivações emocionais:
  • Demonstração de força ou de limite com a dor;
  • Reduzir ansiedade, frustrações e raiva;
  • Desequilíbrio de afeto e de tranquilidade;
  • Autopunição;
  • Desequilíbrio entre dor física e emocional;
  • Cobrir uma sensação de vazio;
  • Provar vínculos pessoais e afetivos;
  • Evitar o suicídio;
  • Vingança provocando culpa em outra pessoa.

AUTOMUTILAÇÃO X SUICÍDIO

De acordo com especialistas, quem pratica a automutilação não tem por necessidade provocar um suicídio. Isso porque, para cometer o suicídio, tem-se conhecimento de técnicas mais efetivas que envolvem desde outros atos físicos a ingestão de medicamentos. A ideia da automutilação tem a ver com alívio emocional a partir de uma dor física.
O suicídio envolve questões pessoais, culturais e religiosas, que podem por vezes serem decisivas na negação do ato. Para esses casos, a automutilação pode parecer um caminho aceitável de encontrar o abrandamento emocional.

AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA

A automutilação entre jovens é mais comum do que se imagina, segundo pesquisa, dos casos registrados, 88% são pessoas do sexo feminino e a média de idade é de 16 anos. A idade média que se inicia essa prática é aos 11 anos, e 60% dos casos têm o diagnóstico de transtorno de humor e 90% optam por se cortar ou se arranhar.
Essa iniciação precoce pode acontecer por conta das instabilidades emocionais e afetivas provocadas pelas transformações do corpo e da mente nesse período. É um momento difícil de aceitação, de decisão e de compreensão do mundo e das pessoas ao redor. A resposta nem sempre é simples para esses jovens, que com dificuldades de se expressar e de receber apoio, acabam por cometer atos como esse.

AUTOMUTILAÇÃO E A INTERNET

Seguindo a linha de raciocínio que a automutilação é mais comum entre os jovens, é na internet em que vemos relatos relacionados a automutilação e suas motivações. A ferramenta é muito utilizada por adolescentes e adultos para diferentes formas de expressão e podem ser um canal claro, a partir do tipo de postagem feita, de que algo não está certo e que situações emocionais podem ocorrer
O Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos e que presta apoio emocional e prevenção ao suicídio de forma gratuita e anônima, afirma que “na internet, é possível localizar relatos de jovens que se cortam como forma de autopunição, por não cumprirem metas que determinaram para si, como alcançar boas notas, entrar na universidade, emagrecer ou ser aceito em determinado grupo social. Também é comum nos casos de depressão ou distúrbios de autoimagem.”

O QUE QUER DIZER ESSA VONTADE DE ME AUTOMUTILAR?

Quer dizer que algo deve estar fora do seu eixo comum de bem-estar e de equilíbrio emocional. Refaça o caminho que você percorreu até chegar a essa vontade e entenda quais motivações e fatores que estão lhe causando esse sentimento.
Buscar ajuda profissional e recorrer a pessoas da sua confiança afetiva podem reduzir esses desejos, que muitas vezes estão apenas no nosso inconsciente e, por isso, não levamos tão a sério. A prática de automutilação, apesar de ser cultural em algumas etnias, como entre os índios, não é considerada uma prática saudável e deve ser evitada e, principalmente, tratada.

AUTOMUTILAÇÃO: DIAGNÓSTICO

Para os especialistas, o diagnóstico de que a automutilação se tornou um problema maior, ela deve estar associada a uma certa recorrência e com a finalidade de produzir sofrimento e dor.
A partir da percepção de que algo pode levar a esse ato ou de que existem esses sintomas e recorrência, a pessoa deve buscar ajuda emocional com um psicólogo ou psiquiatra. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, melhor poderá ser feito o tratamento.

AUTOMUTILAÇÃO: TRATAMENTO

O tratamento de automutilação na psicologia deve ser feito por um especialista, após o diagnóstico de transtorno ou condição psiquiátrica instável. A abordagem, em geral, envolve a psicoterapia associada a prescrição de medicamentos e estabilizadores emocionais. A medicação irá condicionar as atitudes impulsivas e psicóticas, além das variações de humor, o que irá ampliar as capacidades da terapia comportamental.
Agora que aprendemos um pouco mais, vamos ajudar?


Um comentário:

Aziram gnew disse...

Esse texto nos faz perceber que nos distanciando e até mesmo negligenciamos pessoas próximas,devemos nos atentar mais ao outro e passar a não ver e sim enxergar nossos semelhantes com maior profundidade. Gratidão pelas informações transcritas de maneira tão objetiva.