Cada exame tem sua particularidade,
exigências e prazo de validade. E devem receber o tratamento adequado com o
mesmo respeito que temos para com o cliente.
O questionário realizado na
recepção não é uma invasão, mas um contrato de validação onde o paciente ou a
amostra entregue, está apta a passar pelo processo de diagnóstico. Então,
podemos afirmar aqui que, o cliente também é responsável pelo pré - analítico
do exame, respondendo fielmente as perguntas que lhes são feitas tanto no momento
do cadastro, como na hora em que a equipe da coleta o recebe.
Informações como medicamentos,
prática de exercícios físicos, doenças em tratamento e qualquer outra nota que
possa considerar importante.
Mas, por que o laboratório quer
saber tudo isso?
É simples: o diagnóstico dos
exames não é analisado isoladamente. Estes questionários são fundamentais para
não pairar duvidas nas alterações e evitarem novas coletas para confirmação de
resultados. Por exemplo: se um paciente sem histórico de uma determinada
doença, de repente apresenta um resultado positivo, certamente o laboratório ao
ler seu questionário e se estiver com a amostra integra, não solicitará nova
coleta ao verificar os medicamentos que está tomando, tratamento ou qualquer
outra informação pertinente. Esta manobra reflete segurança para ambos os lados
e é por isso que ter um laboratório de confiança é de suma importância nos seus
resultados.
A equipe da coleta tem um papel
importantíssimo no estabelecimento de critérios como, por exemplo, realizar ou
instruir assepsia rigorosa nas coletas de uroculturas para que o setor técnico
não se depare com crescimento bacteriano de contaminações que nada refletem o
quadro clinico do paciente. O volume de
sangue para amostras de sangue também é uma exigência da própria qualidade de
análise e não do executor do exame. Os tubos de tampa roxa, por exemplo, se
coletados inadequadamente desde o garroteamento prolongado a pouco volume,
podem revelar uma série de erros no exame, inclusive contagem baixa de
plaquetas – que é um parâmetro importantíssimo no Hemograma e refere problemas
de coagulação onde o paciente estará suscetível a sangramentos espontâneos. Já
pensaram no impacto de um resultado falso positivo como este?
Seguir a ordem correta dos tubos
de coleta não é uma imposição aleatória. Aconteceram estudos para chegarem a
esse consenso, então, cabe a equipe da coleta respeitar esta ordem como se
estivesse coletando de alguém da sua própria família e o que fazemos quando
ninguém está vendo, revela simplesmente que tipo de profissional você é de fato.
Após a coleta, os tubos de sangue
devem ser homogeneizados de forma suave e o numero de vezes depende do que o
fabricante preconiza. Os tubos com gel separador, impregnados com ativador de
coágulo em suas paredes, seguem a mesma regra.
Não tenha pressa. Por mais que
tenha dezenas de pessoas aguardando para serem atendidas. Todos esperaram por
seu momento.
Um simples descuido de
homogeneização em tubos que usam anticoagulante e necessitam desta manobra, pode
causar o risco de formação de microcoágulos e consequentemente entupir o
equipamento, causando um enorme transtorno para a técnica e pior, fazendo com
que o paciente precise retornar para realizar uma nova coleta, que poderia ter
sido evitada se a coleta tivesse sido realizada com mais responsabilidade.
A realização de um bom
pré-analítico é a receita mais simples para a excelência de qualquer
laboratório.
Por Fábia Bezerra - Biomédica/ Auditoria clinica
www.suzimaraesarahyba.com.br - Consultoria e Treinamentos especializados.
