Falar deste livro que acabei de ler é como mergulhar em 500 páginas do íntimo do íntimo do ser de uma pessoa...O autor escreve pedaços de sua biografia de forma tão autêntica, que ficamos "vermelhas" com sua coragem, audácia...por vezes, nos perdemos em suas narrações, confesso, que achei alguns trechos bem difíceis de compreender, beirando ao cansativo...mas aí, ele vinha com outras confissões, mais arrebatadoras do que os escândalos da casa branca! rs...enfim, este texto, nos dá também uma boa dose de como era a Berlim antes da queda do muro, dos comportamentos das décadas de 50, 60,70 e 80...não de teorias,sobretudo,de vivências reais do autor...
Tomei a liberdade de copiar alguns dos trechos do livro e divido agora com vcs meus seguidores fiéis!
"Imenso alívio. A dor te atravessa e você se livra dela,dessa aflição,a decisão tinha partido dela. (...)
Pronto: ela que me abandonava. ( que cômodo! -cheguei a pensar que ele fosse do signo de peixes!!! )
Uma vez mais, partia para o campo da solidão,terreno familiar que curte tanto,no qual navega à vontade,uma vez que se transformou num odioso misógino,detestável homem só que se basta,pensa se bastar,como todos os homens estão imaginando neste momento.(...)"
" O homem solitário se encontra diante de um momento crucial e angustiante
Centenas de pequenos atos humilham o homem,derrotando-o. Alguns ,bem ridículos. Só que o homem não dá braço a torcer e diz: coisas de mulher,nada tenho com isso. Fragmentos do cotidiano levam ao atordoamento.A um estado de espírito controvertido: aceitar o desafio ou se render impo/incompetente?Derrota indigesta que indica o quanto o homem se mantém afastado dos aspectos do dia a dia. Das necessidades mínimas,consideradas prosaicas à sua grandeza. Além de provar como ardilosamente ele encaminhou e reservou esses setores para a mulher.
Há um momento crucial para o homem solitário,em que ele se sente despreparado para a vida.É quando deve passar a ferro uma camisa.Tarefa complexa que exige técnica apurada,experiência,truques,habilidade,paciência e sensibilidade.Ao me ver diante da camisa amarrotada,que eu mesmo lavei na pia do banheiro,calculei que seria fácil. Quantas vezes observei minha mãe passar? No tempo do ferro a brasa.Ela fazia disso,uma grande arte. Camisas quentinhas e cheirosas nas gavetas.(...) Mais tarde,quantas vezes olhei indifernte para minhas empregadas passando? Sei uma quantidade de coisas, ao longo dos meus 45 anos (...)" ( ele descreve páginas e páginas naquilo que os homens que já viveram até esta idade sabem fazer bem..rs... mas, passar roupa,definitavamente não é seu forte!! kkkk).Bem, este é Loyola Brandão, representante fidedigno dos homens desta idade!
Mais sobre o autor em:
http://www.releituras.com/ilbrandao_bio.asp
2 comentários:
Pois bem Fábia, li seu texto sobre Ignácio de Loyola Brandão e gostei do que li.
Em 2015 tive o privilégio de viajar, de carro, com o Loyola e o que mais gostei nessa viagem foi identificar o Loyola dos livros, pois tudo o que ele conta com palavras escritas repete, naturalmente, com palavras faladas. Um escritor é uma pessoa fácil de se gostar e querer ler sempre, já que ouvir é impossível.
LG Tessarine, deve ser realmente uma grande aventura viajar ao lado desta figura ! muito bacana! Abraço para os dois!
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