A Importância do dia 15 de Maio para a prevenção de Infecção
Hospitalar
No dia 15 de maio do ano de 1847, na
Hungria, o médico-obstetra Ignaz P. Semmelweis defendeu e incorporou a prática
da lavagem de mãos como atitude obrigatória para enfermeiros e médicos que
entravam nas enfermarias. Uma simples, mas eficiente iniciativa que conseguiu
reduzir a taxa de mortalidade das pacientes. Foi por esse motivo, que o dia 15
de maio se tornou uma data tão importante e significativa para nós e se
incorporou ao Calendário da Saúde, por meio da Lei no 11.723,
de 23 de junho de 2008. Esse dia tem o objetivo de conscientizar autoridades
sanitárias, diretores de instituições e trabalhadores de saúde sobre a
importância do controle das infecções.
Bem, sabemos que este cuidado nem
precisaria ser lembrado – já que é uma manobra básica e obrigatória de todo
profissional da saúde e, em tempos de
pandemia – vale a conscientização para toda população. No entanto, as
evidencias falam por si.
A Infecção
Hospitalar ( IH )- que é a infecção adquirida após a
internação do paciente, que se manifesta durante a internação ou mesmo após a
alta ou procedimentos hospitalares ,é um dos maiores problemas enfrentados nos
hospitais e por profissionais da saúde e a principal medida para controle das
infecções é a higienização das mãos realizada de forma correta nos momentos
indicados. Já falamos sobre o tema lavagem das mãos e acho que nunca se falou
tanto sobre o assunto nos últimos meses.
Hoje, iremos abordar outras causas que
favorecem a infecção hospitalar, como por exemplo, os pacientes que possuem
Diabetes mellitus mal controlada, pessoas acamadas ou com alteração da
consciência, pois apresentam maior risco de aspiração, Recém-nascidos, pessoas
com comprometimento da imunidade, por doenças como AIDS,
pós-transplantados ou em uso de medicamentos imunossupressores, Doenças
vasculares, com o comprometimento da circulação, já que dificulta a oxigenação
e cicatrização dos tecidos, obeso, insuficiência renal , problemas
respiratórios e etc. Além disso, quanto maior o tempo de internação, maior o
risco de se adquirir uma infecção hospitalar, pois há maior chance de exposição
aos riscos e aos microrganismos responsáveis. Outro grupo de pacientes
que se tornam alvo fácil são aqueles que sofrem procedimentos invasivos pois, a
barreira natural de proteção do paciente é rompida. Logo, podemos observar que
a infecção hospitalar estará sempre ali, esperando uma pequena oportunidade para
se manifestar.
As
infecções relacionadas com o ambiente de saúde podem ser classificadas em
alguns tipos de acordo com o microrganismo e forma de entrada no corpo. Assim,
as IH podem ser classificadas em:
·
Endógena, em que a infecção é causada pela
proliferação de microrganismos da própria pessoa, sendo mais frequente em pessoas
com sistema imune mais comprometido;
·
Exógena, em que a infecção é causada por um
microrganismo que não faz parte da microbiota da pessoa, sendo adquirido
através das mãos dos profissionais de saúde ou como consequência de
procedimentos, medicamentos ou alimentos contaminados;
·
Cruzada, que é comum quando existem vários
pacientes na mesma UTI, favorecendo a transmissão de microrganismos entre as
pessoas internadas;
·
Inter-hospitalar, que são infecções levadas de um
hospital a outro. Ou seja, a pessoa adquire infecção no hospital em que teve
alta, mas foi internada em outro.
É importante que seja identificado o tipo de infecção
hospitalar para que a Comissão de Controle de Infecção do hospital trace
medidas de prevenção e controle de microrganismos no hospital.
E o que leva um profissional de saúde a não
se higienizar corretamente? Poderíamos obter inúmeras respostas mas, a
principal delas, certamente seria: pressa!
Infelizmente , o Centro de Controle de Infecções Hospitalar ( CCIH ) das
instituições , por mais que monitorem e fiscalizem as áreas, não podem
responder por aquilo que um profissional está fazendo quando não há ninguém
olhando. Então, nos cabe confiar totalmente em seu caráter e esperar que aquele
paciente que será atendido, receba a melhor higiene possível do profissional
que lhe assista.
Segundo a Dra.Ana Cristina Gales –
professora de infectologia da Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP), a
saída para ajudar a combater este problema, é a Tecnologia – pois permite um
maior controle do ambiente hospitalar: “ O uso de soluções de gestão
sistematiza os processos, construindo indicadores e não deixando o hospital
esquecer nenhum ponto estratégico no combate a IH, contribuindo para a
segurança do paciente.
Unidades de medida como taxa de infecção
hospitalar e índice por corrente sanguínea, são essenciais para a instituição
monitorar de forma inteligente a precisa a situação atual das ocorrências. E,
com esses dados em mãos adquiridos de forma mais rápida pelo uso de sistema da
gestão de saúde, é possível criar planos de ação. Para a infectologista, essas
informações dão um parâmetro de qual área é mais importante focar, ajudando nas
decisões estratégicas.”
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